Rússia lança maior ataque contra Kiev desde início da guerra

Foto: Serviço Estatal de Emergência da Ucrânia em Kiev/Divulgação via Reuters

Na madrugada deste domingo (7), a Rússia realizou o maior ataque aéreo contra Kiev desde o início da invasão à Ucrânia, em 2022. Mais de 800 drones foram disparados contra a capital ucraniana, em uma ofensiva que também atingiu cidades como Kharkiv e Lviv. Foi a primeira vez que um edifício do governo em Kiev foi diretamente atingido por um drone, aumentando a tensão no país.

Segundo autoridades ucranianas, pelo menos 11 pessoas morreram e 32 ficaram feridas em diferentes regiões. Entre as vítimas, estão uma mãe e seu bebê de seis meses, que não resistiram após o desabamento parcial de um prédio residencial. O presidente Volodymyr Zelensky classificou a ofensiva como “um dos dias mais sombrios para a Ucrânia” e pediu apoio imediato da comunidade internacional para reforçar os sistemas de defesa aérea.

A primeira-ministra Yulia Svyrydenko confirmou que os ataques causaram destruição significativa em áreas residenciais e em infraestrutura estratégica. Apesar disso, o Exército ucraniano informou que conseguiu interceptar cerca de 640 drones e mísseis, evitando danos ainda maiores. “Foi uma noite de resistência e de dor. Mas também mostramos que temos capacidade de defender nossa população”, declarou.

Desde abril, a Rússia vem intensificando ataques em larga escala contra a Ucrânia. Em julho, uma onda de mais de 500 drones já havia colocado em alerta os aliados ocidentais. Agora, o ataque com mais de 800 equipamentos demonstra a escalada da ofensiva e pressiona a Ucrânia a buscar novas formas de proteção.

Especialistas apontam que a ação em Kiev marca um ponto de virada no conflito, pois além do volume inédito de drones, atingiu diretamente um prédio governamental, gesto simbólico que pode ter como objetivo abalar a moral do país. O ataque reacende os pedidos de ajuda militar urgente da Ucrânia à Otan e aos Estados Unidos, que até agora têm se mostrado cautelosos com a escalada da guerra.

O governo ucraniano deve se reunir ainda neste domingo para discutir medidas de emergência e avaliar o impacto dos ataques. Enquanto isso, a população de Kiev enfrenta o medo e a incerteza de novos bombardeios em um conflito que já ultrapassa três anos sem perspectiva de trégua.