Operação desmantela esquema milionário de venda ilegal de medicamentos em GO, MG e PR
GOIÁSNOTÍCIAS


Márcio Henrique Marques de Souza - delegado do Gepatri de Rio Verde || Foto: Reprodução
A Polícia Civil de Goiás deflagrou a Operação Panaceia para desarticular um grupo suspeito de fabricar e comercializar, em larga escala, medicamentos ilegais. A ofensiva ocorreu em três estados — Goiás, Minas Gerais e Paraná — e resultou no cumprimento de 36 mandados de prisão e 51 de busca e apreensão, com 29 pessoas presas, fechamento de fábricas clandestinas e apreensão de bens.
As investigações apontam que a quadrilha operava com estrutura industrial: cápsulas eram produzidas em ambientes sem condições sanitárias, rótulos e embalagens eram falsificados e os produtos eram vendidos como “naturais”, embora laudos tenham identificado substâncias controladas, como sibutramina, fluoxetina, diazepam e bupropiona. O caso ganhou tração após apreensões nos Correios e análise de inteligência financeira, que indicou movimentação atípica de cerca de R$ 19 milhões em aproximadamente três anos.
A operação mapeou quatro fábricas clandestinas, três delas em Uberlândia (MG), e identificou Paranaguá (PR) como ponto logístico do esquema. Em Goiânia, uma unidade irregular foi lacrada pela Vigilância Sanitária. Em Ji-Paraná (RO), um investigado foi preso com grande quantidade de medicamentos ilícitos e armas. Entre os bens apreendidos ou sequestrados estão 64 veículos (avaliados em mais de R$ 6 milhões) e 63 imóveis (cerca de R$ 23 milhões), além do bloqueio de contas bancárias.
Os alvos respondem por crimes contra a saúde pública, falsidade, associação criminosa e lavagem de dinheiro, entre outros. A polícia ressalta o alto risco aos consumidores, tanto pelo potencial de dependência das substâncias quanto pela ausência de controle sanitário na produção e pela venda sem prescrição. A recomendação é que a população não adquira medicamentos fora de canais regulares e denuncie práticas suspeitas.
Situação atual: os presos foram conduzidos às unidades responsáveis, e o material apreendido seguirá para perícia. A Operação Panaceia permanece em andamento, com novas etapas previstas a partir da análise de laudos laboratoriais e relatórios financeiros colhidos durante a ação.