Investigação envolve postos de combustíveis em Goiás e São Paulo por suspeita de ligação com o PCC

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8/31/20252 min read

Foto: Thiago Caetano/g1

Uma investigação realizada por órgãos federais e estaduais apontou que postos de combustíveis em Goiás e São Paulo estariam sendo usados em um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A ofensiva faz parte da Operação Carbono Oculto, considerada a maior já deflagrada contra a facção criminosa, e envolve a Receita Federal, a Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo.

De acordo com as autoridades, cerca de mil postos teriam sido utilizados entre 2020 e 2024 para movimentar valores que superam R$ 52 bilhões. O dinheiro era escoado por meio de pagamentos em espécie e transações em maquininhas de cartão, em montantes incompatíveis com a renda declarada pelos estabelecimentos.

Entre os alvos estão 19 postos de combustíveis, sendo sete localizados em Goiás. Os documentos judiciais indicam que eles pertencem a Armando Hussein Ali Mourad, irmão de Mohamad Hussein Mourad, apontado como um dos principais articuladores do esquema de lavagem de capitais da facção. Em território goiano, foram identificados estabelecimentos em Goiânia, Senador Canedo, Catalão, Jataí, Niquelândia, Santo Antônio do Descoberto e Morrinhos.

Em São Paulo, a lista inclui postos em cidades como Campinas, Praia Grande, Guarulhos, Piracicaba e também na capital paulista. Locais conhecidos, como o Auto Posto Bixiga e o Auto Posto Texas, foram citados nas decisões judiciais como parte da rede usada para movimentar recursos ilícitos.

As investigações também apontam que, além da lavagem de dinheiro, os postos eram utilizados em práticas como adulteração de combustíveis com metanol, fraudes em bombas e uso de empresas de fachada. Segundo a Receita Federal, essas irregularidades permitiam ampliar os lucros da facção, mascarando a origem do dinheiro.

A Operação Carbono Oculto segue em andamento. O objetivo, de acordo com os investigadores, é aprofundar o rastreamento do patrimônio acumulado pelo grupo criminoso e impedir que os postos continuem sendo usados como instrumentos de sustentação financeira do PCC.