Inflação desacelera em março, mas alimentos continuam pesando no bolso
BRASIL


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,56% em março de 2025, mostrando uma desaceleração em relação a fevereiro, quando o índice foi de 1,31%. Apesar da queda no ritmo, essa foi a maior alta registrada para o mês de março desde 2023. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação chegou a 5,48%, ultrapassando o teto da meta anual de 4,5%.
O grupo de alimentação e bebidas foi o principal responsável pela inflação do mês, com aumento de 1,17%. Produtos como tomate (22,55%), ovo de galinha (13,13%) e café moído (8,14%) lideraram os reajustes. O calor intenso nos primeiros meses do ano teria acelerado o amadurecimento do tomate, reduzindo a oferta. Já os ovos ficaram mais caros por conta do aumento no preço do milho, usado na alimentação das aves, e da maior procura durante a Quaresma. O café moído teve um aumento acumulado de 77,78% nos últimos 12 meses, impulsionado por queda na produção mundial devido a problemas climáticos.
Além da alimentação, outros setores também contribuíram para o índice. O grupo de transportes teve alta de 0,46%, com destaque para passagens aéreas, que subiram 6,91%. Despesas pessoais aumentaram 0,70% e habitação, 0,24%. Já os serviços, em geral, subiram 0,62% no mês e acumulam alta de 5,88% em 12 meses.
Diante desse cenário, o Banco Central mantém atenção redobrada. Com a taxa básica de juros (Selic) já em 14,25% ao ano, a possibilidade de novos ajustes na política monetária segue em análise, especialmente diante da pressão contínua dos alimentos sobre o orçamento das famílias.