Haddad classifica operação contra fraudes em combustíveis como “exemplar”
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como “exemplar” a Operação Carbono Oculto, deflagrada nesta quinta-feira (28), por conseguir atingir a cúpula do crime organizado no setor de combustíveis. Segundo ele, a investigação rompeu estruturas financeiras sofisticadas usadas pelas organizações criminosas.
De acordo com o ministro, os grupos envolvidos atuavam com métodos semelhantes aos de grandes investidores do mercado financeiro, movimentando bilhões de reais por meio de fundos fechados e fintechs. “Essa operação conseguiu chegar ao andar de cima do sistema, à cobertura do crime organizado”, afirmou Haddad.
A investigação apura um esquema que teria movimentado cerca de R$ 52 bilhões em quatro anos, envolvendo refinarias, distribuidoras e mais de mil postos de combustíveis em todo o país. Além disso, uma fintech funcionava como um “banco paralelo”, responsável por movimentar aproximadamente R$ 46 bilhões entre 2020 e 2024.
A ofensiva mobilizou mais de 1.400 agentes da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público, que cumpriram mandados em oito estados, inclusive em escritórios localizados na região da Faria Lima, em São Paulo, centro do mercado financeiro.
Entre as medidas judiciais, foram bloqueados imóveis, veículos e outros bens avaliados em bilhões de reais. A ação também expôs falhas regulatórias, principalmente na supervisão de instituições de pagamento e fintechs.
A repercussão no mercado foi imediata: as ações da gestora Reag Investimentos, que administra R$ 299 bilhões, caíram mais de 20%. Já distribuidoras tradicionais, como Ultrapar, Vibra e Raízen, registraram valorização.
Para Haddad, a operação marca um novo paradigma no enfrentamento ao crime organizado. “É a maior operação da história do Brasil, sem sombra de dúvida, e uma demonstração de que o Estado pode agir com inteligência para proteger o consumidor e garantir a concorrência justa”, disse.