Café segue caro para o consumidor, mesmo com queda nos preços no campo

O café continua pesando no orçamento dos brasileiros. Em junho, o valor do produto nas prateleiras subiu quase 3% em relação ao mês anterior, mantendo o grão como um dos principais responsáveis pela alta do custo de vida. No acumulado de 12 meses, o aumento já ultrapassa os 80%.

Por outro lado, no campo, os produtores já começam a sentir uma realidade diferente. Desde março, o preço pago pelo café vem caindo, após um período de alta histórica entre fevereiro e o início da colheita. A redução nos valores gira em torno de 17%, impulsionada pelo avanço da colheita da nova safra no Brasil.

Apesar dessa queda na origem, o alívio no bolso do consumidor deve demorar um pouco para ser sentido. O repasse do campo ao varejo costuma levar de 60 a 90 dias, o que significa que os efeitos dessa redução devem aparecer de forma mais clara apenas no segundo semestre.

A produção brasileira para este ano deve alcançar cerca de 55,7 milhões de sacas, impulsionada por boas condições climáticas. Mesmo com a oferta em crescimento, o consumo interno segue mais moderado, devido aos preços altos. Já o mercado externo continua aquecido, com boa demanda internacional.

O cenário atual mostra a defasagem entre o que é pago na origem e o que chega ao consumidor final, reforçando a importância de monitorar os próximos meses para entender quando — e se — os preços no varejo começarão a recuar.